quarta-feira, 14 de março de 2012

ATENÇÃO: seu filho precisa de limites !

REVISTA UMA : edição 128

Há um século atrás, quando uma criança manifestava qualquer tipo de reação emocional não adequada, era sempre o cuidado do médico que era requisitado.
Foi há pouco tempo que a infância foi entendida pela psicologia como uma fase importante da vida que requer atenções especiais. Constatou-se ainda que o psíquico se expressa por meio do corpo, e ambos interagem. Foi também por esse motivo que mais atenção passou a ser dedicada ao desenvolvimento psíquico da criança.
No entanto nem sempre foi assim. A educação dos infantes vinha acontecendo de forma cruel, com castigos violentos e/ou humilhações. Durante muito tempo, essa foi a maneira adotada pelos pais e educadores como forma de impor limites e estabelecer de regras aos pequenos.

As conseqüências? Varias pesquisas na área da psicologia constataram que pessoas que foram submetidas a maus tratos físicos e psíquicos, enfrentam ao longo da vida, inúmeras complicações, em decorrência desses traumas vivenciados na infância.
A educação infantil deixou, a era do autoritarismo para a democratização da relação pais e filhos.
Porém, esse progresso não implica fazer tudo o que os filhos desejam e nem deixar que eles façam tudo o que querem.

A questão do limite é complexa. Entender a criança não é tão fácil quanto aparenta, é trabalhoso e exige antes de tudo muito autoconhecimento.
Com tantas demandas, inseguranças ou mesmo por se sentirem insuficientes ou culpados (sentimentos comuns às pessoas) alguns pais, acabam tentam recompensar os filhos fazendo demasiadas vontades e falhando na hora de atribuir responsabilidade deveres a eles.
O termo ¨ limite¨ na fase do desenvolvimento, não se restringe à potencialidade física da criança, mas sim ao que se refere a tolerância à frustração, respeito ao outro e aceitação de regras coletivas. Esses conceitos podem também ser exercitados por meio de jogos onde a criança precisa observar e respeitar o outro, as regras e o tempo, além de ter a oportunidade de vivenciar e trabalhar inseguranças e frustrações.

Limites implicam também em fazer a criança entender que seus direitos acabam onde começa o do outro, extensivo aos pais. Entendendo e respeitando também o espaço dos pais e vice e versa, a criança estará mais apta a desenvolver maior empatia por seus professores, por exemplo e com questões relacionadas à autoridade. A criança que ao longo do desenvolvimento não amplia essa percepção, cresce com uma deformação na forma de perceber o outro.
A covardia foi abolida por muitos com base no bom senso, porém agora foi finalmente condenada por lei. Contudo alguns pais parecem ter ficado sem essa “ferramenta”, antes considerada instrumento educativo, não a substituindo por outra, como por exemplo, a aquisição de conhecimento sobre limites e desenvolvimento infantil. Dessa forma restou um espaço vazio na relação entre esses pais e seus filhos, o qual foi preenchido por uma enorme permissividade. Crianças cujas vontades imperam dentro do lar ou da família terão as mesmas expectativas em relação à vida adulta, pois reproduzirão na sociedade a mesma dinâmica familiar em questões de respeito ao próximo, integridade, valores.

Questione a sua maneira de educar!






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